A UMBRASIL promoveu, nesta quinta-feira (16), mais uma edição da série Diálogos Prospectivos. Com o tema Família e educação em tempo integral: implicações para as políticas de relacionamento institucional, o debate proporcionou uma leitura atualizada sobre os novos arranjos familiares e suas implicações nos direitos e na educação. Além dos participantes presenciais na sede da UMBRASIL, em Brasília, o encontro contou com transmissão ao vivo pela Internet e pelos canais de videoconferência do Brasil Marista.
O coordenador da área de Missão da UMBRASIL, Ir. Lúcio Gomes Dantas, mediou a roda de conversa com as psicólogas e professoras da UnB (Universidade de Brasília) Glaucia Ribeiro Starling Diniz e Júlia Bucher-Maluschke, e com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil), Pe. Rafael Fornasier.
A professora Júlia iniciou o debate abordando a importância que valores e vínculos possuem para nossa formação. “Precisamos aprender a lidar com a diversidade e compreender que o outro tem consigo as possibilidades de construir sua própria emancipação. Internalizamos valores e estamos frente a dimensões que não conseguimos compreender. O discurso, ou teoria, é um, a realidade é outra e atinge a cada um de nós. Necessitamos preservar alguns valores fundamentais para nossa civilização e humanização”, afirmou.
Professora Glaucia continuou a conversa trazendo elementos explicativos da formação social e familiar de nosso país. “O Brasil, a partir do momento que começou a ser colonizado por povos de outros continentes, foi abastecido por vários modelos de família oriundos destes povos, além dos que aqui já havia. Porém, havia um modelo predominante e homogêneo que se sobrepôs às outras formas. Por muitos anos isso foi inquestionável e somente após as mudanças sociais que ocorreram na segunda metade do século XX é que começamos a conceituar o que é família. A partir da luta das minorias e das conquistas de vários direitos fundamentais começamos a ver, com maior destaque, outros modelos familiares. Ao nos encobrirmos com arquétipos normativos corremos o risco de rotular de patológicos aqueles que destoam”, explicou.
Por fim, Pe. Rafel finalizou as primeiras explanações abordando o viés religioso da família. “Vivemos tempos novos e a Igreja mantém sua posição e entendimento com relação a família, a que socialmente convencionamos de tradicional. Porém, acolhe a todos os outros arranjos familiares e chama a sociedade a refletir, junto dela. Acolher as diferenças é fundamental, mas também precisamos avaliar qual a contribuição que elas trazem para nossa sociedade”, ponderou. “A família é o local onde aprendemos a viver com as diferenças e a pertencer ao outro. Um dos grandes desafios de hoje para os jovens é a coragem de assumir compromissos, como o de constituir uma família. Dar o passo ‘para sempre’ traz medo. Devemos encontrar novas formas de fomentar a criação de vínculos”, finalizou.
Ao final das três pequenas palestras o moderador incitou a discussão por meio de perguntas enviadas pelos participantes, o que acalorou a troca de ideias relacionadas ao tema. O Diálogos Prospectivos é uma realização da Área de Representação Institucional da UMBRASIL e nesta edição, pela convergência do tema, contou com a parceria da Área de Missão.
