Diálogos Prospectivos debateu desafios para a educação das juventudes

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Foto 2A UMBRASIL promoveu, no último dia 26, a última edição de 2014 da série Diálogos Prospectivos. O tema que encerrou o ano foi Adolescentes e Jovens brasileiros: desafios e expectativas da formação no Ensino Médio e contou coma participação dos professores Dr. Carlos Ângelo de Meneses Sousa e Dr. Maurício Perondi, este da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e aquele da UCB (Universidade Católica de Brasília. Já a mediação ficou a cargo da assessora da área de Missão da UMBRASIL, Prof. Divaneide Paixão.

O objetivo dos Diálogos é oferecer um espaço formativo para o Brasil Marista, sintonizado com as temáticas atuais que permeiam a missão da instituição. Tendo em vista o último encontro, o tema considerou a evangelização por meio da educação como centralidade da missão Marista, buscando contemplar uma leitura atualizada sobre as tendências que estão em curso na educação brasileira, incluindo os desafios e obstáculos, bem como as oportunidades que estão no horizonte frente ao PNE (Plano Nacional de Educação) e às políticas públicas de educação para as juventudes.

O Professor Carlos iniciou a primeira fala abordando crises no mundo moderno e na educação brasileira, percorrendo o linear teórico a partir das ciências sociais, citando o educador brasileiro Anísio Teixeira e a filósofa alemã Hannah Arendt. “A crise não é da escola em si e sim do mundo, da sociedade. Temos que considerar não apenas os fatores intra-escolares, mas, também, os fatores que as cercam”, pontuou. Na continuidade da palestra, sinalizou a escola como reprodutora de esquemas prontos “o que denota uma dificuldade acentuada, e preocupante, em formar cidadãos com capacidade para pensar. No Distrito Federal, por exemplo, o uso das tecnologias de informação em escolas de Ensino Médio evidencia que elas mais reproduzem informações do que oportunizam o pensar”, criticou. Segundo o professor, a crise no mundo moderno estende-se para a escola e impede que a atribuição de sentidos pelos jovens aconteça, coisa que só vai mudar quando a escola conceder lugar à diversidade juvenil e acreditar nas possibilidades criativas e criadoras dessa parcela da população.

Foto eNa sequência, o Professor Maurício continuou tratando da definição de juventude e apontando o quão complexa é a constituição dela na atualidade, exortando para que se conheça os jovens. “Necessitamos entender a diversidade que cerca a juventude. Na atualidade, há quatro formas de olhar o jovem: 1) um vir a ser; 2) como problema social; 3) como modelo; 4) como sujeito de direito. As três primeiras são restritivas, somente o último olhar coloca o jovem como alguém em desenvolvimento, mas com autonomia e possibilidades”, explicou. Com relação à escola, Perondi pontou que devemos colocar o jovem como centro do processo educativo, para não sufocar a capacidade inventiva. “Os jovens produzem culturas que são invisibilizadas nas escolas. São expressões simbólicas, linguagens, estéticas, produções culturais próprias. Há a necessidade de conhecer as experiências e trajetórias não escolares dos jovens”, finalizou.

Como nas outras edições, o Diálogos Prospectivos foi gravado e será disponibilizado nos próximos dias.

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