O sorriso no rosto e a empolgação na fala quando relata a aventura do primeiro emprego são características marcantes do jovem Kledson Sousa, 18 anos, que desde 2013 exerce a função de assistente administrativo na área de Planejamento e Controle Socioeducacional no escritório central do Marista, em Brasília/DF. A vitória de Kledson deve ser comemorada no próximo 1º de maio, Dia do Trabalhador. Morador de Ceilândia/DF, onde reside com o pai, a mãe, uma irmã de 13 anos e a avó paterna, ele é exemplo de sucesso de quem conquistou espaço no mercado de trabalho com a Lei da Aprendizagem, em vigor no país desde 2000. Com a legislação, as empresas de médio e grande porte devem contratar de 5% a 15% de jovens, matriculados em escola regular ou instituição de ensino técnico profissional.
O primeiro contato com o mercado de trabalho aconteceu em 2012, quando Kledson tinha 14 anos. Na época, ele candidatou-se a vaga de jovem aprendiz no escritório do Marista, foi selecionado, e por nove meses exerceu atividades de secretariado. “Meus pais me apoiaram bastante. Foi uma maneira de eu criar responsabilidade. Virar adulto”, relatou o jovem.
No ano de 2013, já efetivado, ele iniciou a trajetória na vida profissional no setor de Recursos Humanos, área que atuou por um ano e meio, movimentando a folha de pagamento dos funcionários da instituição e documentos de admissão e demissão. “No início eu tinha dificuldade no trato com outras pessoas, mas com a experiência no Marista evolui nas relações interpessoais”, entusiasma-se no depoimento Kledson.
Agora, remanejado para outra área na mesma instituição, Kledson explica que exerce serviço de caráter mais estratégico. “O trabalho é focado no acompanhamento orçamentário e acadêmico dos colégios da rede”, contextualizou ele. Após dois anos de serviços prestados no Marista, com o salário do primeiro emprego o jovem paga a conta de internet de casa e adquiriu o primeiro carro, sempre com o apoio dos pais. “Hoje tenho independência. É bom saber que isso tudo é fruto do meu esforço. É muito melhor uma conquista assim”, disse.
Filhos de pais que concluíram o Ensino Médio, sem acesso ao ensino superior, atualmente ele cursa o primeiro ano de Engenharia Civil como bolsista cem por cento do Programa Universidade para Todos (Prouni), além de ter sido classificado também para o mesmo curso na Universidade de Brasília (UnB) por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Aplicado, ele explica. “Não fiquei na UnB porque o curso era diurno e eu queria conciliar trabalho e o estudo”, relembrou Kledson.
Para o Marista, a contratação dos jovens aprendizes dialoga com a filosofia e política institucional e oportuniza ao estudante uma chance no mercado de trabalho. “O nosso objetivo é desenvolvê-los e capacitá-los. Aqui, os jovens executam bom trabalho, são engajados, motivados e focados nas atividades diárias”, contou Luana Braga, coordenadora na Gestão de Recursos Humanos na instituição.
De acordo com Luana, os pais sempre acompanham as contratações dos jovens e o desempenho dos filhos no trabalho e as atividades escolares. E para não comprometer os estudos, cada jovem aprendiz contratado desenvolve as atividades profissionais na empresa quatro horas diária. Hoje, na sede da instituição, existem seis jovens, de 16 a 17 anos, atuando em áreas distintas. Para as contratações, o Marista firmou parceria com o Cesam – DF (Centro Salesiano do Menor). “Após contratado, o aprendiz tem a oportunidade de atuar em projetos de áreas diversas. Um exemplo são os processos de ponto eletrônico do recursos humanos. Os jovens são sempre acompanhados”, reforçou Luana.
Antes de iniciar as atividades profissionais e mesmo depois de efetivado na vaga, o jovem contratado recebe, pelas duas instituições, acompanhamento profissional e formação acerca das funções a serem desenvolvidas. Segundo dados apresentados pela área de RH do Marista, de 2012 até 2015, foram contratados o total de 19 jovens. “Nas capacitações nós abordamos temas ligados à área técnico administrativa e em noções de comportamento no ambiente de trabalho”, comentou Luana. Na parceria, a aprendizagem do jovem perpassa cursos complementares, que unem teoria e prática. Os cursos propostos são de auxiliar e assistente administrativo, serviços bancários, serviços de secretariado e atendimento, entre outros.
Texto e foto: Chirliana Souza



