Na trajetória marista, alguns nomes se destacam não apenas por suas ações, mas pela maneira como tocaram os corações. O Irmão Moisés Cisneros é um desses nomes. Sua vida foi marcada por uma entrega generosa ao carisma de São Marcelino Champagnat, manifestando-se de forma concreta por meio de uma presença atenta, palavras de encorajamento e um carinho inconfundível pelos jovens e pelas comunidades por onde passou.
Uma vocação que floresceu entre os pobres
O Ir. Moisés Cisneros nasceu em 12 de agosto de 1945, em Quintana de Raneros, León, Espanha, no seio de uma família que soube inculcar em todos os seus filhos um profundo sentido da vida e da fé católica, herança já de tradição e de vivência familiar.
Iniciou seu apostolado em El Salvador, na Escola Santo Afonso. A partir do Liceu Salvadorenho, realizou uma bela projeção na comunidade de Atehuán. Foi fundador da comunidade de Chichicastenango. Sendo diretor da Escola Marista da Guatemala, na zona 6, foi assassinado em seu escritório no dia 29 de abril de 1991.
Com sua morte violenta, deixou uma lembrança de dedicação e entrega às pessoas simples de Ateos, Chichi e da zona 6, de atenta preocupação com os jovens Irmãos de sua comunidade, em seus 25 anos como apóstolo entre as crianças e jovens, e sua fidelidade até a morte, confirmando o texto evangélico:
“Se o grão de trigo não cai na terra e morre, fica infecundo; porém, se morre, dá muito fruto.”
Presença viva entre os irmãos e os jovens
A presença do Irmão Moisés era, antes de tudo, sinal de proximidade. Onde estivesse, fazia-se próximo, acessível, interessado pelo outro. Sabia ouvir, olhar nos olhos, perceber o que ia além das palavras. Para ele, estar presente era mais que ocupar um espaço — era ser sinal do amor de Deus na vida de cada pessoa.
Seu jeito simples e fraterno conquistava todos à sua volta. Não buscava protagonismo, mas irradiava confiança e fé com sua serenidade e firmeza. O Irmão Moisés caminhava com os jovens, acreditava neles e os ajudava a acreditar em si mesmos.
Encorajamento que gerava vida
Com seu olhar positivo e sua fé inabalável, o Irmão Moisés era um verdadeiro semeador de coragem. Encorajava os jovens a sonharem alto, a superarem dificuldades, a se comprometerem com a justiça e com o Evangelho. Encorajava também seus irmãos de comunidade a viverem com alegria e coerência a vocação marista.
Mesmo diante dos desafios, sua palavra era sempre de ânimo. Inspirava confiança porque ele mesmo era profundamente confiante em Deus. Sua vida foi um testemunho silencioso de que o amor vale a pena, e que o Reino de Deus se constrói nas pequenas ações do dia a dia.
Carinho que permanece
A marca mais profunda que o Irmão Moisés deixou foi, talvez, o seu carinho. Um carinho discreto, mas constante. Um gesto, um sorriso, uma palavra, uma escuta. Era a expressão de um coração que amava profundamente a missão, os irmãos, os jovens e a vida.
Esse carinho permanece vivo na memória daqueles que com ele conviveram, como herança de um modo marista de viver: com ternura, com dedicação, com esperança.
Legado de fé e compromisso
A vida do Irmão Moisés Cisneros continua a falar alto ao coração da Família Marista. Sua presença, seu encorajamento e seu carinho são sementes lançadas em terra fértil, que continuam germinando em novas vocações, em novas formas de servir e amar.
Que seu exemplo nos inspire a sermos também presença significativa, a animarmos os outros com palavras de vida e a cultivarmos o carinho como força transformadora.



