Saudações cordiais a todos vocês que estão participando do Seminário Nacional Marista da Vida Consagrada.
Em primeiro lugar, quero felicitá-los por esta excelente iniciativa de refletir, compartilhar, aprofundar sobre a Vida Consagrada em um ano dedicado justamente a isso, tal como desejou nosso papa Francisco.
Hoje estou falando de Harissa, no Líbano, não muito longe de Beirut. Vemos aqui a imagem de Nossa Senhora do Líbano e ao lado o santuário dedicado a ela. É um luar visitado e amado por milhões de cristãos e, também, por nossas irmãs e irmãos muçulmanos. Para mim, é significativo enviar esta mensagem de um lugar como este. É sabido por todos que podemos dizer que o Líbano é hoje um lugar de fronteira. Papa Francisco está convidando a todos os cristãos, e faz isso de maneira muito explícita na Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, para que nós, cristãos, irmos até as fronteiras. Uma Igreja que se fecha em si mesma e se converte autorreferencial não tem nenhum sentido. Acaba fechada e por isso adoecendo.
Aqui é uma destas fronteiras às quais somos chamados a estar presentes. Nestes últimos dias tive a oportunidade de dialogar com Irmãos que se encontram aqui no Líbano, com nossa comunidade de Alepo, e tomamos mais conhecimento da importância de estar presentes nestes lugares de fronteira. Portanto, de um lugar como este, nos damos conta de tão verdadeira é citação de uma filósofa argentina que o Papa tanto usa: “A realidade é vista muito mais clara e melhor da periferia do que do centro”. Provavelmente, das periferias surgem as perguntas essenciais sobre a vida. Quando alguém as faz a partir do centro é apara a própria sobrevivência e para o próprio interesse.
Como vos falo de um lugar de fronteira, quiçá meu convite seria pensar sobre o que nos significa um lugar de fronteira neste momento de reflexão sobre a Vida Consagrada Marista.
Frequentemente nos perguntamos sobre nossa identidade: o que somos, para o que somos chamados a fazer. Dessa fronteira não são essas as perguntas que alguém se faz. Por isso, quiçá a pergunta que podemo-nos fazer não é “quem sou?” “quem somos?”, mas sim, “que preço estou disposto a pagar para ser realmente o que sou chamado a ser?”. Portanto, não é uma reflexão centrada em nós mesmos ou em si mesmo, sobre o que sinto ou que vejo. É olhando para um lugar periférico e perguntar-se o que estou disposto a fazer e que preço estou disposto a pagar para ser coerente com o chamado que recebi.
Desejo-vos, de coração, que estes dias que passarão juntos, com Irmãos, Leigas e Leigos de diferentes lugares, realmente sejam dias de aprofundamento, se situar-se em direção às periferias de nosso mundo e, quem sabe, a partir de então, ter a coragem e a valentia de perguntar-se pelos passos que estamos dispostos a dar para fazer avançar a Vida Consagrada Marista em mim e com nossos Irmãos.
Encomendo-lhes a Nossa Senhora do Líbano, Rainha da Paz, Senhora do serviço, Senhora de Pentecostes, que Ela seja para todos vocês sua benção, sua inspiração, sua fiel companheira de caminho.
Muito obrigado.
Ir. Emili Turú
[Livre tradução por Oniodi Gregolin]



