Cerca de 600 religiosos e religiosas das mais diferentes congregações atuantes no Brasil se reuniram em frente à Catedral de Brasília, para a Vigília dos Mártires. Com orações, os religiosos protestaram contra a corrupção e lembraram das minorias no país. Vindos de todo Brasil, os religiosos estavam reunidos para a Assembleia Geral Eletiva da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional) que elegeu a nova presidência para o triênio 2016 – 2019.
A luta dos indígenas foi um dos temas tratados na vigília. Segundo dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, a atual população indígena brasileira é de 896,9 mil indígenas. De acordo com a pesquisa, foram identificadas 305 etnias. Os Povos Indígenas estão presentes nas cinco regiões do Brasil, sendo que a região Norte concentra 342,8 mil.
Contrários à nova direção da Fundação Nacional dos Índios, os religiosos lembraram da luta dos indígenas e pediram mais proteção. “Como consagrados e consagradas, estamos do lado dos pobres e a nossa situação é delicada no que se refere ao atendimento aos indígenas, os mais carentes da sociedade. Eles precisam de nós e é um momento para estarmos juntos deles”, justificou a Presidente Nacional reeleita da CRB, Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro.

Na carta-manifesto da Vigília dos Mártires, foi ressaltada a violência contra as mulheres e jovens carentes. No Brasil, a cada 11 minutos, uma mulher é violentada. Em 2014, foram registrados 48 mil casos de estupro no país, 70% das vítimas eram crianças e adolescentes. Por dia, cerca de 80 jovens são mortos pela violência, e a principal causa é o homicídio. “Não podemos dormir tranquilos e tranquilas sem nos preocupar com o sangue derramado. Jesus veio nos dizer: não há maior amor do que doar a vida por seus amigos. Aqui, amigos e amigas são todos aqueles marginalizados…. Não há maior dor no coração de Deus do que saber que seus filhos e filhas ficam indiferentes à essa realidade” dizia a carta.



