A União Marista do Brasil (UMBRASIL) realizou, no último sábado (20/04), no Colégio Marista de Brasília (DF), o terceiro encontro do ciclo de debates “Utopias do Vaticano II: Que sociedade queremos? Diálogos”. O evento abordou a temática “Relação da Igreja no mundo contemporâneo”, a partir do documento conciliar Gaudium et Spes, sobre a relação da Igreja Católica com o mundo atual.Para promover a reflexão, foram convidados como assessores o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leornado Ulrich Steiner, e o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Fernando Altemeyer.
Para uma plateia atenta, formada por padres, religiosos, religiosas, leigas e leigos, além de representantes e parceiros do ciclo de debates, Dom Leornado Steiner iniciou sua explanação falando do texto do documento conciliar que, chamou sua atenção, especialmente, pela hermenêutica da pastoral. “A missão da Igreja é a pessoa. O texto nos convida a ter uma ação concreta na vida e em relação às pessoas: todos são filhos e filhas de Deus”, destacou Steiner.
Dom Leonardo lembrou, ainda, do testemunho do Papa Francisco, que nasce da vida do evangelho, destacando suas ações concretas, sobretudo, junto aos pobres. “Não é marketing”, ressaltou. Segundo ele, todos somos pastores e pastoras, é preciso olhar ao redor e perceber as urgências, junto às crianças, aos idosos, na atenção à saúde e a tantos outros temas. “O Gaudium et Spes nos convoca a uma ação concreta, justamente no lugar e na época em que nos encontramos”, reforçou.
Na palestra do convidado da PUC-SP, Fernando Altmeyer, ele lembrouGandhi, ao citar a frase emblemática: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Além disso, destacou que a unidade íntima da Igreja passa pela pobreza. “Quem vê um pobre, vê nele Jesus Cristo”. E afirmou. “O destino do ser humano é servir e salvar. Para o ser humano, a referência deve ser um Jesus Cristo encarnado, concreto nas ações do cotidiano, em nossa postura frente à vida e o mundo que nos cerca. Servir e salvar”, afirmou.
Sobre o futuro, Fernando ressaltou que o Papa Francisco traz a esperança da Igreja, seguindo os passos de Jesus. “Estamos diante da novidade, de fazer acontecer aqui e agora, de viver com transparência o evangelho”, citou.
Próximo ciclo de debates
No dia 25 de maio, será realizado o quarto evento do Ciclo de Debates, com os temas “Renovação Bíblica” e “Liturgia Pós-Concílio (Renovação litúrgica)”. Os concílios são reuniões da Igreja que acontecem de tempos em tempos para redefinir os rumos da instituição. O Concílio Ecumênico Vaticano II é ainda uma obra em aberto e a União Marista do Brasil (UMBRASIL) realizará o Ciclo de Debates em mais seis encontros ao longo do ano de 2013 para debater, junto aos organismos eclesiais, a ação missionária da Igreja no Brasil e no mundo.
Os encontros pretendem estimular os participantes a serem multiplicadores das reflexões em suas frentes de atuação, contribuindo para a sociedade que queremos. O evento é uma realização da UMBRASIL em parceria com CNBB, CRB Nacional, Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), CONIC, Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil Regional Brasília/DF, Universidade Católica de Brasília, Editora Paulinas.
Depoimentos
| Fernando Altemeyer/PUC -SP | |
|
|
“Os debates promovidos trazem a memória necessária dos 50 anos do Concílio, além de atualização e esperança. A Igreja precisa ultrapassar fases, e os leigos assumirem o papel protagonístico. Os Maristas estão de parabéns. Foram corajosos em promover um evento como esse para o ano todo. É um honra estar ao lado de Dom Leonardo, fazendo algo que acredito.” |
| Dom Leornado Steiner/ CNBB | |
|
|
“Vamos celebrar 50 anos do Concílio. Creio que retomar os textos é muito importante, toca nas questões fundamentais da fé. É outro modo de se apresentar e de estar diante da sociedade. Existe um esforço grande na Igreja do Brasil de aprofundar o documento. Na CNBB, estamos estudando e fazendo seminários sobre as diversas constituições. A iniciativa da UMBRASIL é importante porque ajuda a repensarmos, transformarmos e voltarmos às raízes do Concílio e a buscar uma hermenêutica do próprio Concílio, como lembrava o Papa Bento XVI.” |
